Skoob: a primeira e maior rede de leitores do país. Assim se definem os criadores da rede. E vão além, ao afirmarem com um “Quem Somos? Você.”
O Skoob é também construída com a colaboração dos internautas. Eu mesma para incluir um livro tive que fazer um cadastro novo, inserindo informações como título, autor, editora, ISBN. Já não me lembro como conheci a rede, provavelmente indicação de alguém no twitter. Sei que entrei e aos poucos fui cadastrando um título e outro; comecei a escrever de forma discreta minha opinião sobre livros, depois perdi a vergonha e publiquei um texto mais completo, dizendo claramente se havia ou não gostado. Hoje tem quase 100 livros cadastrados, pouco ainda, já li mais que isso, mas lembrar de todos agora, é difícil. Então interrompi esse processo de cadastro e fui completar as informações de minha estante: tenho, li, vou ler, relendo, abandonei, favorito, emprestei, desejado; e que interessante: troco. Troco? Será que eu troco algum livro? Tenho apego por alguns.
Bom, coloquei 12 livros disponíveis para troca, sem acreditar muito. Algumas semanas depois consigo aumentar a minha rede e passo a ter 8 amigos e seguidores. De fato, só conheço uma pessoa na rede – estamos falando do mundo virtual. Até que um dia uma colega de rede mandou mensagem pelo Skoob: Fiquei interessada no livro “Tarja Preta” veja na minha estante se algum livro te interessa”. Fui lá e escolhi um livro, infelizmente, justamente o que ela já havia trocado e esqueceu de tirar da estante. Então, escolhi outro: Os limites da Lei de Scott Turow.
Avisei a Bandoleira (nome de cadastro) que nunca havia feito trocas no Skoob, por isso pedi que me explicasse. “Colocamos cada uma o livro no correio”; a troca de endereços feita por e-mail particular e “passamos pelo Skoob mesmo o registro do correio, assim podemos rastrear o livro”.
Confesso que fiquei apreensiva com esta troca; e se a pessoa agisse de má fé? Teria uma frustração que comprometeria meu interesse no Skoob e por todas as outras rede sociais. Arrisquei, afinal o livro que trocava também não me interessava nada, aliás não o li todo, abandonei no início.
Postei o livro e aguardei chegar o da Bandoleira. A previsão era de 5 dias úteis, porém chegou no terceiro. E a minha surpresa? Não só recebi um livro novo, em excelente estado, não havia sequer o nome da antiga dona (o Tarja Preta seguiu com o meu nome nas primeiras páginas, hábito antigo esse: nome e ano de compra); como veio embrulhado em um plástico para proteger o livro, e uma carta. Fiquei surpresa com tamanha atenção, foi de uma delicadeza da Bandoleira enviar junto uma cartinha com o desenho de uma flor, a frase “Livros são os mais acessíveis e constantes amigos; os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores.” de Charles Eliot.
Talvez minha falta de sensibilidade seja fruto dessa própria tecnologia, quem sabe? Sei que não devo me envergonhar por isso, mas é assim que sinto. Envergonhada. Pelo menos aprendi que redes sociais nada mais são que uma organização social feita por pessoas e para pessoas. Toda tecnologia envolvida são ferramentas que viabilizam nossa interação, independente de distância. Rede social, virtual ou real, é a nossa forma de compartilhar conhecimento, músicas, livros, emoções – para quem gosta de livros conheçam o Skoob, vale a pena.