Hoje vamos falar sobre informação, ferramenta estratégica para as empresas.
Informação, verdadeira e não a falsa e aproveito para alertar que informação falsa também existe muito tempo antes da internet.
Afinal o que é informação? Para uns é elemento que gera conhecimento, para outros matéria-prima para o desenvolvimento de negócios. Independente de definições podemos dizer que informação existe desde o tempo das cavernas. Os desenhos em cavernas eram a informação – e para a época ferramenta moderna. A informação faz parte da história da humanidade e a informação é motor do desenvolvimento. Podemos fazer uma linha do tempo e demonstrar a importância da informação para o mundo.
A Informação gera desenvolvimento
A Revolução Agrícola tem seu marco cerca de 6.000 A.C quando agricultores que haviam sido pioneiros na vida sedentária e no cultivo de cereais, criam ampla variedade de animais domésticos, ovelhas, cabras e gado. Não era uma época fácil, era preciso matar um leão por dia. Perceba que a informação era transmitida de forma lenta, mas os homens sabiam como encontrá-la de forma intuitiva.
No período da Idade Média, cuja agricultura era principal atividade, a informação já adquire uma importância maior com o conhecimento da irrigação, e o esquema de plantações alternadas e com a substituição de bois por cavalos (economia de homens), gerando excedentes agrícolas e as bases para o comércio a distância. E mesmo nas atividades secundárias como pecuária, mineração, produção artesanal e comércio há demonstrações de conhecimento tácito, transmissão da informação e por consequência o surgimento de inventos como o botão e a camisa. O garfo e a faca passam a fazer parte da mesa, principalmente depois da peste negra. Enfim, na Idade Média ocorreram avanços técnicos.
A partir do século XVI até o século XVIII, surgem mudanças extraordinárias que estabelecem uma nova percepção de mundo e que ainda se mantém até os dias de hoje. Encurtar distâncias, desvendar a natureza, buscar por novas terras, se aventurar nos mares são algumas das realizações que definem esse período histórico. Isso sem contar que ser amigo do Rei era muito valorizado, por ter acesso a informações reais. De fato, as percepções do tempo e do espaço, antes tão extensas e progressivas, ganharam uma sensação mais intensa e volátil.
Em seguida temos o período da Produção de Massa. A primeira revolução industrial nos últimos 30 anos do Século XVIII caracterizou por novas tecnologias como máquina a vapor, a fiadeira, o processo Cort em metalurgia e, de forma geral, a substituição de ferramentas manuais por máquinas. A segunda Revolução Industrial (1850, século XIX) ocorre com outras invenções mais avançadas: o desenvolvimento da eletricidade, do motor de combustão interna, produtos químicos com base científica, novas tecnologias como o aço, a difusão do telégrafo e a invenção do telefone.
Esses foram momentos fundamentais para o homem e ainda hoje somos beneficiados por esses avanços. Uma nova relação entre capital e trabalho se desenvolve, a cultura de massa cresce e novas relações entre as nações surgem criando os fundamentos para uma nova sociedade. Alguns episódios ocorridos na primeira metade do século XX foram alicerces para a formação da Sociedade da Informação. Podemos citar a 1ª Guerra Mundial, os Loucos anos 20, a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, o crescimento do fascismo e do nazismo na Europa e por fim a explosão da 2ª Guerra Mundial onde temos o marco inicial da Sociedade da Informação.
Sociedade da Informação
A Sociedade da Informação nasce com o acúmulo de conhecimentos científicos proporcionado pela 2ª Grande Guerra e sustenta-se com a revolução tecnológica dos computadores. A Era da Informação propiciou uma outra lógica econômica. O Tempo e o Espaço tomaram outra dimensão. As novas tecnologias subverteram os conceitos tradicionais: reduziram drasticamente o tempo de execução e tornaram o espaço um item quase “neutro” na atividade econômica.
E chegamos aos dias atuais em que convivemos com uma nova lógica tanto econômica quanto social cujo conhecimento de tecnologias da informação e comunicação se faz essencial. Não nos preocupamos mais em comprar perto de casa e sim comprar onde o serviço/produto melhor atende nossas necessidades. Aprendemos que a informação não é mais produto único. As novas tecnologias de comunicação possibilitaram o acesso a diversas fontes de notícias e opiniões, assim como a socialização da informação e a propagação de falsas notícias (as fakes news).
Somos produtores de conteúdo, repercutimos a informação que desejamos, temos voz para discordar e somos capazes de nos fazer ouvir. Fazemos valer nossas habilidades, competências e nossas atitudes. Essa transformação em Sociedade da Informação ou Sociedade do Conhecimento não foi apenas uma consequência tecnológica. Afetou profundamente a sociedade ao modificar o comportamento do consumidor e por consequência das instituições, causando um impacto não visto desde a Revolução Industrial.
Inteligência Competitiva
Em plena Era da Informação ouvimos muito falar em informação como ferramenta de estratégia para as empresas, e pouco sabemos o que é Inteligência Competitiva.
A Inteligência Competitiva (IC), tem por objetivo a produção de informação para a tomada de decisões. A IC é exercida desde 1950 tanto no Japão como na Europa e teve sua origem na atividade de inteligência militar e de Estado, mas foi rapidamente adaptada às necessidades das organizações. No Brasil, a IC inicia-se nos anos 90 liderada por profissionais da informação do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), ou seja, longe do meio empresarial, o INT é um órgão público federal, pertencente ao Ministério da Ciência e Tecnologia, mas na última década tem recebido relevância nas empresas brasileiras de grande porte.
A Inteligência Competitiva tem como meta a manutenção ou o aumento da competitividade das organizações a partir da produção de informação acionável de interesse de determinada empresa. Constitui processo informacional proativo e sistemático que visa identificar os personagens e forças que regem as atividades da organização, reduzir o risco e conduzir o tomador de decisão a melhor posicionar-se em seu ambiente.
Ciclo da Inteligência Competitiva
O ciclo da IC se dá em 4 fases: planejamento, coleta, análise e disseminação.
O Planejamento é a etapa de estudo preliminar do problema na qual são estabelecidos os procedimentos necessários.
A coleta é o processo de obtenção de dados que serão transformados em informação.
A análise é a etapa em que a inteligência é gerada.
A disseminação é a última fase do ciclo: consiste na remessa de inteligência formalizada, apresentada de forma lógica e de fácil absorção para o usuário.
Uma confusão comum ocorre entre Inteligência Competitiva e Inteligência de Marketing. A inteligência de marketing tem como processo a produção de informação que colaboram e apoiam as decisões de marketing. Enquanto que a Inteligência Competitiva tem como premissa o auxílio às decisões estratégicas. Entre empresas que tem seu foco na inteligência competitiva indico a Box1824 e a Oxygen.
E já que estamos falando de informações, trago aqui entrevista que dei, em 2016 (tema tão atual) à CBN do Rio sobre boato na web e o debate político. Especialistas dão dicas de como não cair na mentira; eu explico que os boatos muitas vezes vem associado a marcas de empresas de grande porte ou mídias de comunicação para dar credibilidade. E que o prazer de compartilhar e a dificuldade em fazer pesquisas, associadas, explicam o fenômeno.
E finalizo com uma brincadeira, uma maneira simples de entender a diferença entre dados, informação, conhecimento, ideia e sabedoria e fake news.