O poeta português Fernando Pessoa, eternizou a frase dos antigos homens do mar. Um tempo em que as grande navegações eram maiores que a própria existência. Navegar é preciso, viver não é preciso. Escreveu este poema “Navegar é preciso” na época das grandes navegações em que o Império Português e Espanhol conquistavam o mundo. Era um desafio, pois muitos não voltavam dessas viagens, por motivos de doenças, segurança e guerras.
O que tem haver com Internet? Respeitando as diferenças históricas e físicas, a web ainda é um desafio a ser conquistado. Com certeza já navegamos em muitas águas, porém ainda há muito conhecimento para ser disponibilizado, ainda há muita informação para ser processada. Somos todos aventureiros nessa travessia. A única certeza é que a viagem nos levará a uma nova onda de possibilidades de captar conhecimento.
Não sei se por ironia ou destino mais de quinhentos anos após as grandes navegações e suas descobertas, entre elas, o novo mundo, navegar ainda é palavra de ordem. Estudos mostram que o número de usuários com acesso a internet cresce rapidamente e já somos um dos países com maior acesso e tempo de permanência web no mundo.
Questões como a digitalização do livro pelo Google são discutidas em todo o mundo. Vivemos um tempo que representa uma grande mudança na maneira de pensar, mexeu e mexe com nossos valores e atitudes e condutas. Somos mais rápidos, ágeis, corrigimos ortografia em buscadores, baixamos músicas, filmes, livros, artigos e tantas outras coisas.
Para os mais jovens é inimaginável a vida sem computador e sem acesso a rede mundial. Espero que como o poeta não permitam que a tecnologia os façam refém, afinal a automatização e pseudos facilidades não podem tomar o espaços da criatividade, e da humanização que faz parte de nossa essência.
E como esse mundo ainda é muito novo deve se ter cuidado com os que se auto-proclamam especialistas; O que há são profissionais interessados e com muito estudo e que acompanham de perto o comportamento da sociedade em relação a este novo meio de comunicação.
As pessoas sempre viveram em redes sociais, e os meios de comunicação e as empresas se adaptam a essa nova realidade.
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Leia o poema
Navegar é Preciso
Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:
“Navegar é preciso; viver não é preciso”.
“Navegar é preciso; viver não é preciso”.
Quero para mim o espírito [d]esta frase,
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
transformada a forma para a casar como eu sou:
Viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo
e a (minha alma) a lenha desse fogo.
Só quero torná-la de toda a humanidade;
ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue
o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.
É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.
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Nota de Soarez Feitosa: “Navigare necesse; vivere non est necesse” – latin, frase de Pompeyo, general romano, 106-48 A.C., dicha a los marineros, amedrentados, que recusaban viajar durante la guerra, cf. Plutarco, en Vida de Pompeyo.
Nota de Soarez Feitosa: “Navigare necesse; vivere non est necesse” – latin, frase de Pompeyo, general romano, 106-48 A.C., dicha a los marineros, amedrentados, que recusaban viajar durante la guerra, cf. Plutarco, en Vida de Pompeyo.