Saiu a convocação da seleção brasileira. Todos nós sabemos. Mas, repare, não citei de que esporte. Como você sabe do que estou falando? Simples, uma questão de relevância. No Brasil, quando falamos de seleção brasileira é futebol. Desnecessária esta explicação. Então vamos adiante, o que quero com isso?
Toda informação tem uma relevância. Não dá para imaginar o espelho do Jornal Nacional tendo como primeira chamada e matéria inicial a convocação da seleção brasileira – de waterpolo! Alguns dirão: “tem seleção disso?” E se eu dissesse que era a convocação da seleção portuguesa ou argentina, muitos brasileiros se interessariam. Afinal sempre queremos saber como vai estar formada nossos adversários na Copa da África do Sul. Preconceitos a parte ou falta de conhecimento, o que acontece é que esta informação não é relevante para todos. Apenas para alguns e muito provável para os atletas praticantes desse esporte. Isto não a torna menos relevante. Por que os veículos de comunicação determinam o que é ou não relevante? Porque eles têm uma linha editorial a seguir e o editor-chefe respeita esta norma para montar o espelho de seu jornal. Mas, se eu não gosto de futebol, então não é relevante para mim.
A relevância é um termo muito repetido atualmente, com informações diversas disponíveis na web, como estabelecer o que é relevante? A relevância vai ser definida pelo interesse de cada um. O exemplo da convocação da seleção brasileira de waterpolo é um caso.
Com a difusão da internet, dos facilitadores de produção de conteúdo, vivemos a época do acesso livre à informação de produção pessoal. Isto significa que estamos sujeitos a um excesso informativo e principalmente a poder optar como queremos nos manter informados. Não somos mais determinados pelos grandes grupos de comunicação, a não ser que você queira isso.
As informações são definidas pelas pessoas. Ter acesso a diversas fontes que abastecem e satisfazem seu interesse. E claro, que algumas pessoas você vai considerar mais, as relevantes de seu meio, seja real ou virtual. Sempre que indicarem algo: dará valor, vai ler, repercutir, divulgar, compartilhar. Assim, como há aqueles nada relevantes. Atenção: quando você não concorda com uma linha editorial pode significar que você simplesmente não estar no campo de abrangência desta fonte.
O que mudou foi a utilização de filtros. Agora você pode sair da sua zona de conforto e passar a produzir seu próprio espelho noticioso. Não terá mais ninguém dizendo o que é notícia para você. Você decide. Parece complicado mas não é, apenas necessita de atitude, ação. Parta para ação e seja o editor-chefe de seu mundo informativo.
Você deve se perguntar: corro o risco de ficar por fora do papo? Ficar alienada? Bom, ficar ou não alienada dependente muita mais de sua percepção crítica das informações que recebe desta ou daquela fonte de informação. Agora, ficar fora do papo, também é difícil, afinal a seleção do filtro será de acordo com seus interesses, seu meio, seus relacionamento. Se você assisti novela provavelmente, estará entre pessoas que o manterão informados sobre as últimas do horário nobre da TV brasileira.
O perigo está em não ser tão simples assim. Há uma nova doença: o estresse informacional. Não tenho como me aprofundar neste caso, mas tratam-se de pessoas que não conseguem ficar longe da busca pela informação.
Depois dizem que informação não ocupa espaço. Será?