Férias na Lapinha da Serra

Férias na Lapinha da Serra

Outro dia assistia televisão e o “Saia Justa” estava comentado sobre férias. Quem ainda curte ou consegue férias de verdade? (Ou você considera descansar naqueles hotéis lotados, com música alta em que até para entrar na piscina pega fila? Aliás, fila e férias?) E ainda mostrou que nos EUA cada vez mais elas ficam menores, há pessoas que ficam apenas 14 dias de férias! Pouco, não é? Eu ainda sonho com férias de 60 dias, ou de 20 dias a cada 6 meses! Seria o ideal.

Férias mesmo, em que o objetivo é descansar. E não aquela em que volta mais cansado que quando foi; nada de descanso carregando pedras. Digo, férias: acordar na hora que acordar, dormir quando der sono ou vontade, comer quando tiver fome e o que quiser, e nada para fazer, mas nada mesmo, deixar que o dia, as horas crie programação.

Esse tema me chamou a atenção pois em dezembro passado, entre o Natal e o Reveillon fui passar 5 dias na Lapinha da Serra, vilarejo de Santana do Riacho, interior de Minas Gerais, 40 km de estrada de terra! Mas, isso não vem ao caso. Cheguei a pensar em levar o computador, teria alguns episódios de seriados para assistir caso não tivesse nada para fazer. Mudei de ideia após algumas críticas que não seria legal. Então, fui para Lapinha da Serra, sem computador, celular (sinal fora) e internet. E foi ótimo!

Foram dias em que não pré-definimos nada, o dia ia se realizando com o que estava a nosso alcance. Se fazia sol saíamos em busca de passeio, de barco, a pé…se chovia (e choveu todos os dias a tarde) nos divertimos em casa mesmo, foram horas de jogos, horas de leitura, horas de música ao violão, e horas, mas muitas horas que o namorado de minha sobrinha levou para fazer uma pipa. E depois “a sogra” destruiu com o toque leve…sem comentários o episódio. Mas a pipa foi para o alto, depois claro, de horas de tentativas. Esse dia foi uma delícia. Ainda recebemos uma visita surpresa: bidu passou uma tarde conosco. Bidu é um labrador caçador de turista. Fica pela cidade (pertence a uma pousada local) e “recepciona” os novos visitantes. O cão Dexter ficou cheio de ciúmes; Bidu no dia seguinte já estava com outro grupo.

O lugar é belíssimo, ficamos numa casa em que a lua ilumina a sala, indescritível. A Casa do Sóter é das melhores hospedagem na região. Além de possuir conforto, são três banheiros, ele a construiu com o objetivo de área social da casa ficar de frente para a parte mais bonita do terreno, isso tornou o ambiente pra lá de agradável, era um tal de “Oh!” A primeira noite foi de uma lua maravilhosa, há tempo não ficava olhando para o céu procurando “As três marias” “Cruzeiro do Sul”, “Estrela Dalva”.

Fizemos passeios como o de barco para ver pinturas rupestres que datam de 8 há 15 mil anos. O barqueiro tirou onda com aquele povo da cidade que reclamava de tudo. Uma observação aqui: os reclamões eram os mais jovens, estes mesmos perderam um café delicioso numa padaria, pois voltaram para casa, pois chovia e iam se molhar….

Neste café que fomos parar por causa da chuva, depois de desistirmos de fazer uma caminhada que nos levaria a uma cachoeira, (já tinha ido na véspera) conhecemos o padeiro que mora há pouco mais de 1 ano no vilarejo com a mulher e o filho – ele só abriu a padaria no terceiro dia – estava acampando com a família no interior de Minas no período do Natal. Teresa, mãe da Patrícia, ficou conversando com o Padeiro enquanto eu, Paulo e Patricia conversarmos com um casal, ele mineiro, ela paulista, que vieram de São Paulo para descansar, também se refugiaram no café por causa da chuva. No fim trocamos indicações de lazer e o padeiro vai ganhar uma máquina de fazer pão prometida pela Teresa.

Assim foram minhas férias de fim-de-ano. 5 dias capazes de valer por 30. Na volta foram os 40 km de estrada de terra que nos fez cansar, mas eu cheguei bem, o meu carro nem tanto.

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